Serra Acima

As serras fascinam-me. Seja pelo isolamento das suas povoações, seja pelas suas paisagens ou simplesmente pelo desafio de as subir de bicicleta, as serras fascinam-me.
Quando o treino é pouco ou o tempo é curto fico todo satisfeito por subir a serra do Caramulo.
Contudo, a Serra da Estrela, por ser a mais alta de Portugal continental, é a "rainha".
Andava há uns tempos a ver se conseguia alguém que me acompanhasse mas ora não dava para mim, ora não dava para eles.
Ontem, os astros alinharam-se e, como a previsão meteorológica era favorável, lá fomos nós rumo ao nosso desafio.
O ponto de partida para esta aventura foi Seia. Depois, como já subi à Torre várias vezes pelo lado de Seia, decidi diversificar.


De Seia rumámos a Gouveia. Neste troço não há nada de significativo a registar, é um bom "aquecimento". De Gouveia seguimos para Manteigas onde, com cerca de 50 km percorridos, efectuámos uma paragem antes de atacar a Torre. Este troço Gouveia - Manteigas é muito bonito. Metade é feito a subir em estradas que serpenteiam a serra, praticamente sem carros, e a outra metade é feita a descer com a visão de Manteigas, bem lá no fundo do vale, sempre a acompanhar-nos. Nesta descida tivemos um encontro com dois cães enormes que, por muito pouco, não nos fizeram cair. Todo o cuidado é pouco.
De Manteigas até à Torre esperava-nos o mais difícil. São cerca de 20 kms a subir com o ciclómetro a indicar muitas vezes pendentes acima dos 15%. Ao dobrar o cotovelo do Covão d'Ametade, olhando para baixo, a paisagem é soberba, recomendo. Vemos todo o vale glaciar com a estrada que percorremos pousada numa das encostas e Manteigas ao fundo, bem no centro do vale. De Penhas da Saúde até à Torre, quando as forças já são menos, a paisagem parece querer castigar-nos ainda mais, tornando-se mais árida e com pendentes maiores (a zona dos túneis, ui ui...) e fomos ainda brindados com bastante vento nesta zona. O forte vento que se fez sentir nos últimos kms da subida para a Torre e na descida para o Sabugueiro foi efectivamente a única parte desagradável da meteorologia. De resto o tempo esteve agradável (um pouco fresco na saída - às 8.00h - mas ameno ao longo da manhã o que facilitou nas subidas).


Chegados à Torre, como o tempo não estava bom, fizemos uma pequena paragem para as fotos da praxe e para vestir um casaco e rumámos a Seia. No Sabugueiro recuperámos as forças com uma barrita proteica e um pouco de fast recovery.


Fizemos toda a volta num ritmo confortável, tal como a extensão do percurso (107 km) e o desnível (2.860 D+) exigiam, e fiquei bastante satisfeito com as sensações. A repetir assim que possível (mas por uma vertente diferente).
Resta-me agradecer ao meu colega Tiago Ferreira que me acompanhou nesta aventura.

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