22.ª Meia Maratona "Cidade de Ovar"

Esta prova tinha, para mim, um significado especial.
Não só porque era na minha cidade mas também por que foi nesta prova, há precisamente 1 ano, que eu reingressei no desporto depois de alguns anos parado.
Este ano, muito melhor preparado que o ano anterior (obrigado Branco!) tinha naturalmente outros objectivos.
Numa prova com cerca de 1500 atletas a competir os momentos iniciais são sempre complicados. Este ano, contudo, como consegui ter acesso aos lugares dianteiros na partida (obrigado Ricardo!) as coisas foram mais fáceis. Dorsais VIP, assim lhes chamam eles. Foi uma sensação engraçada mas estranha, estar ali no meio dos melhores. Foi, ainda assim, uma sensação curta, apenas até ao momento da partida. A partir daí a diferença de andamento não mais me deu essa sensação...
A minha ideia para a prova era tentar que a Carla Martinho seguisse comigo o máximo de tempo possível (enquanto ela aguentasse) [Isto é, naturalmente, brincadeira. A ordem correcta é a inversa.] mas, desta feita, ela partiu rápido demais para mim e apenas o Jorge seguiu com ela (ele viria mesmo a deixa-la junto aos 18 kms para terminar a prova em 53.º lugar da Geral, no fantástico registo de 1h 16' 21''). Assim sendo, formamos um grupo (coeso, quase toda a malta que treina junto) e seguimos em conjunto, a bom ritmo, pelo centro da cidade, com muitos aplausos.


Os kms foram passando, sem grandes peripécias até que, aos 13 kms, a caminho do Furadouro, o Hélder apertou um pouco e pareceu-me ver o "homem da marreta" à minha espera. Mas não, ele escondeu-se e esperou pacientemente que eu fosse dar a volta à praia para, no regresso, aos 15 kms me atacar. Acertou-me com tal precisão e potência nas pernas que eu comecei a quebrar. A partir daqui foi sempre a sofrer. Tentei colar a alguns elementos que seguiam à minha frente para evitar seguir sozinho e fui conseguindo. A passagem pelo Carregal, com bastante público, ajudou.
Depois, no retorno colocado em direcção ao Areinho assisti a uma cena lamentável, eticamente reprovável e que, infelizmente, já chegou ao Atletismo. Neste controlo - tal como no do Furadouro - a passagem é confirmada por meio de uma pulseira que deve ser entregue no final da prova. Houve atletas que passaram pulseiras a outros, evitando assim que estes cumpram a totalidade do percurso. Realmente lamentável, vergonhosa para os atletas e até para a organização estas situações. Implementem rápidamente o sistema de controlo por chip para acabar com estes aldabrões.
Adiante. A prova aproximava-se do fim (bem como as minhas forças) e, a partir do km 19, acabei por ficar mesmo isolado.




Não tinha ninguém, estava por minha conta. A minha cabeça só pensava na Meta e dei tudo o que as pernas deixaram. No final o cronómetro marcou o tempo de 1h 17' 59'' (tempos parciais: 5 kms - 18' 29''; 10 kms - 18' 43''; 15 kms - 18' 16''; 20 kms - 18' 36''), terminando em 74.º lugar da Geral.
O tempo foi dentro do que eu tinha planeado mas fiquei com um sabor amargo (e não foi da água)...
Só há uma coisa a fazer... treinar.

Comentários

Rui Costa disse…
Um excelente tempo, Hugo! Abre-te boas perspectivas para o Porto.

Bons treinos! Força!