Trisur Triattlón Sevilla

No mesmo dia em que se disputou no Hawai o Campeonato Mundial de Ironman (talvez um dia eu lá consiga estar...), onde estavam presentes 5 portugueses (um dos quais, o Márcio Neves, sagrou-se Campeão do Mundo no Age Group 20-25M), eu encerrava em Sevilha a minha época triatlética.
Queria terminar a época com (mais) um Triatlo Longo e este, quer pela data, quer pelo local (e até mesmo pelos percursos), pareceu-me interessante. Ainda para mais sabendo que ia contar com a companhia da Liliana, do Telmo Veloso, da Susana Simões e do Paulo Adão Coelho, o fim de semana prometia ser compensador.
A prova realizou-se no sábado de manhã, pelo que a sexta foi quase exclusivamente destinada à viagem. Chegámos a Sevilha ao final da tarde, mesmo a tempo de levantar o kit de participante e fazer o check-in das bicicletas. O parque de transição estava bastante composto, quer em quantidade quer em qualidade - cerca de 300 triatletas, 15 dos quais da categoria Elite.
Sábado de manhã bem cedo, com o sol ainda escondido por trás dos montes, lá iniciámos a rotina típica destas provas (como eu gosto de chegar ao PT ainda escuro e, no meio de toda aquela azáfama, preparar todas as coisas).


Ás 9 horas, em pleno rio Guadalquivir, com uma água tranquila e amena (quase a roçar a permissão do uso de fato isotérmico), era dada a partida para a prova. Seguiam-se 1.900 metros de natação, 90 kms de ciclismo e 21,1 kms de corrida. Todos os segmentos eram compostos por apenas uma volta, o que me pareceu interessante (embora acredito que, quem esteja a assistir à prova e quem vem mais atrasado, não tenha a mesma opinião).
Fiz uma natação bastante "limpa", quer em termos de navegação, quer em termos de toques e 35 minutos depois da partida já (para mim será já, para outros não...) estava a entrar no PT.


O percurso do ciclismo prometia ser duro - a organização falava em 950 metros de desnível acumulado - pelo que comecei de uma forma cautelosa este segmento e tive alguma dificuldade em "encontrar" as pernas na bicicleta. O percurso (de ida e volta) ligou Sevilha a El Ronquillo (que bela subida) passando pela "cuesta de las baterias" e pela mítica "cuesta de la media fanega".



Foi, de facto, um trajecto exigente mas que me agradou bastante. Pena o facto do trânsito não se encontrar cortado (em alguns locais estava condicionado mas noutros estava completamente aberto o que nos obrigou, para além de redobrar a atenção, a circular pelas bermas) e da entrada em Sevilha, no final do percurso, ter sido também bastante atribulada (conduziram-nos por uns becos em muito mau piso e nem sempre bem sinalizados).



A corrida final foi feita, praticamente toda, ao longo das margens do rio Guadalquivir em terrenos variados (alcatrão, terra batida e até passadiços de madeira) o que a tornou menos desgastante. Praticamente todo o trajecto tinha pessoas a assistir à prova (nada que se compare com Vitória-Gasteiz), não porque se deslocassem para ali propositadamente com esse fim mas sim porque o rio, num dia solarengo como foi sábado, é o ponto de convergência da cidade. Isto por um lado é bom para os atletas pois vão tendo pessoas ao longo do percurso mas por outro lado, dado que os voluntários não eram muitos (tal como já havia sucedido no ciclismo), implicava que aqui e ali nos tivéssemos de desviar de alguém.
Contudo, o pior da corrida (e provavelmente da prova) foi a falta de água nos abastecimentos. Apesar dos abastecimentos estarem bem colocados, muito cedo na prova deixou de existir àgua nos abastecimentos (eu fiquei bem classificado e, a partir dos 12 kms, não tive água apenas bebida isotónica e a Susana já não apanhou água em nenhum abastecimento).
Ainda assim fiz uma boa corrida, conseguindo subir mais umas posições na classificação (23.º lugar da classificação geral e 6.º lugar no Age Group 30/34 Masculino) e ajudando a equipa Porto Runners a alcançar um fantástico segundo lugar.


Sendo esta a primeira edição desta prova é natural que tenham sido cometidos alguns erros (uns mais pequenos mas outros bastante graves). Contudo, se juntarmos a isto o valor pago pela inscrição (caro para o que estamos habituados em Portugal) e os prémios/lembranças atribuídas (poucas, nem a fruta ou massagens tivemos direito no final) esta organização terá que trabalhar muito para fazer a segunda edição com as condições que os triatletas merecem. E não estou a dizer que a prova foi má, eu até gostei e Sevilha tem óptimas condições para uma prova como esta, mas a relação qualidade/preço deixou algo a desejar.
Aqui fica o resumo (em números).
Natação: 35'34''
T1: 2'59''
Ciclismo: 2h53'27''
T2: 1'45''
Corrida: 1h20'18''
Total: 4h54'03''
Classificação: 23.º Geral, 6.º AG 30/34M

Podem consultar os resultados completos aqui e ver mais fotos aqui.

Para finalizar o fim de semana (esta é a grande vantagem das provas ao sábado... saímos sábado à noite e, mesmo domingo de manhã, ainda deu para passear um pouco antes do regresso) nada como dar uma volta pela cidade (muito grande e com um trânsito horrível mas com um centro histórico que alberga um interessante conjunto de edifícios/monumentos declarados Património da Humanidade) e parar nas "bodegas" típicas para comer umas "tapas".

Comentários

João Correia disse…
Espectáculo, Hugo. Um fim de época em beleza. Vamos ficar de olho nessa prova...quem sabe no futuro, limadas algumas arestas?
liliana disse…
Muitos Parabéns Amor!!!
Estiveste muito bem! É sempre um prazer acompanhar-te nos teus desafios que também são os nossos desafios..
Agora é altura para aproveitar o merecido descanso.

Beijos grandes!!!

Unknown disse…
GRande Hugo.
Sempre em forma. Muito bem amigo.
Rui Costa disse…
Aproveita agora o descanso primo! Grande época!

Num dia em que estejas particularmente cansado, talvez te consiga acompanhar num treino :D

Forte abraço, TriHugo!